quinta-feira, 29 de abril de 2010

À CONVERSA COM O CO-PILOTO "VI"


QC - Como surgiu o "Vi" co-piloto?
VI - A proposta para ser co-piloto do Marcos já surgiu há cerca de 1 ano e meio/2 anos, quando ele adquiriu o Toyota Corolla (actual carro da equipa) e a possibilidade de realizar alguns ralis começou a ter "pernas" para andar.
Sendo o convite feito por um amigo, e uma vez que também tenho um certa paixão por ralis e automobilismo, não poderia dizer que não a esta nova "aventura".
QC - Quais são os teus objectivos a curto, médio e longo prazo, na equipa Queirocar Competições?
VI - Sinceramente, acho que no ponto em que estamos (início de carreira), o mais importante é desfrutarmos da experiência e aproveitar para ganhar ritmo e "traquejo".
Penso que, para já, devemos pensar prova a prova, dar o nosso melhor e ganhar mais confiança entre as 3 partes (eu, o piloto e o carro). Esta é uma nova experiência para todos, por isso, não quero estar a traçar objectivos demasiado ambiciosos.
Com o tempo as coisas vão surgindo e se estivermos a fazer um bom trabalho, aí, penso que poderemos ambicionar algo mais.
QC - Explica-nos um pouco as tuas funções de co-piloto?
VI - O meu trabalho começa, por norma, na semana anterior ao rali, em que temos de fazer o reconhecimento e tirar as notas. Depois de estarem as notas "afinadas", tenho de passá-las para o caderno de notas de uma forma perceptível e prática, pois em prova não podem haver erros.
Depois desta fase, vem o rali propriamente dito, em que para além de ditar as notas, que é a parte mais "visível" do meu trabalho, tenho de controlar os horários (entrada e saída do parque de assistência, entrada nas especiais,etc.) e tento ser o ponto de equilíbrio do Marcos, ou seja, acalmá-lo ou "picá-lo" quando acho que é necessário.
Basicamente, tento fazer tudo para que o Marcos só se concentre na condução.
QC - Já tiveste algum susto com o Marcos Queirós ao volante? Queres descreve-lo?
VI - Felizmente, para já, ainda não.
QC - Tens alguma superstição que repitas em todas as provas que participas antes das mesmas iniciarem?
VI - Não.
QC - Quando estás numa prova, tens tempo de olhar para a estrada? Já te enganaste a dar alguma indicação ao piloto?
VI - Vou tendo algum...Tento sempre certificar-me que as notas não falham. Enganar não, mas já houve um ou dois momentos em que fiquei um bocadinho baralhado.
QC - Quando tudo está a correr bem e de repente o carro "falha", o que te apetece fazer nesse momento? E o Marcos Queirós como costuma reagir?
VI - Infelizmente, aconteceu-nos nos dois ralis. Eu tento sempre manter-me calmo, apesar da frustração. São situações susceptíveis de acontecer e temos de aprender a lidar com elas.
O Marcos também reage de uma forma controlada e compreensiva, embora demonstre mais a sua frustração. O pai dele é que tem sido a "vítima", pois é a primeira pessoa a quem ele liga (risos).
QC - Quais são as tuas referências como pilotos e co-pilotos no rali? Por alguma razão em especial?
VI - Não são propriamente referências, mas sim pilotos que eu admiro, Loeb,Colin McRae e Ragnotti. Todos eles com características diferentes, mas excelentes pilotos. A nível nacional, tenho acompanhado o Armindo Araújo e o Bruno Magalhães e penso que podem fazer óptimos resultados no PWRC e no IRC, respectivamente. A nível de co-pilotos, gostava de referir o Daniel Elena, pois ele é um dos grandes responsáveis pelos êxitos do Loeb e da Citroen. Referenciar co-pilotos não é tão fácil, pois ficam sempre na "sombra" do piloto e têm pouca visibilidade.

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